Elon Musk poderá ajudar Moçambique à ida ao espaço
Como parte de seus esforços para agilizar o desenvolvimento de suas infraestruturas voltadas para o lançamento de satélites, Moçambique anunciou uma colaboração com Angola.
Essa notícia foi oficializada por Martins Langa, Diretor de Radiocomunicações e Monitoramento da Autoridade Reguladora de Moçambique, durante o II Workshop sobre “Quadro Regulamentar e Economia Espacial” realizado pela Associação de Reguladores de Comunicações da África Austral (CRASA) em Luanda.
No evento, o representante de Moçambique destacou a importância de cada país da região, especialmente aqueles que, como Angola, têm progredido significativamente na área espacial, estabelecer um programa espacial estruturado e seguro.
Angola já se encontra em uma posição avançada em termos de posicionamento espacial, possuindo dois satélites lançados como parte do projeto AngoSat, que inclui não apenas a construção, mas também o lançamento e operação de satélites angolanos.
Martins Langa salientou que “a infraestrutura espacial tem o potencial de complementar a expansão da banda larga móvel”.
Ele também reconheceu o progresso notável alcançado por Angola e expressou a esperança de que isso possa orientar Moçambique a tomar medidas para entrar na era espacial. Essa afirmação foi registrada no site angolano Menos Fios.
Além disso, durante o workshop, membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) destacaram a necessidade de fortalecer o desenvolvimento de recursos humanos nos ecossistemas relacionados à comunicação espacial na região, enfatizando a importância do papel da CRASA nesse processo.
Essa iniciativa visa impulsionar ainda mais o setor espacial na África Austral e permitir que mais países da região alcancem avanços notáveis nessa área crucial para o desenvolvimento tecnológico e de comunicações.
Perante o encontro, os participantes reconheceram os mesmos que o papel fundamental desempenhado pelos reguladores das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) na criação de um ambiente favorável para as comunicações via satélite.
Este ambiente deve estar em conformidade com requisitos amplamente aceitos, normas de segurança e gestão eficaz do espectro eletromagnético.
Além da colaboração em infraestrutura espacial entre Moçambique e Angola, o encontro também definiu algumas metas e resultados desejados.
Entre eles, destaca-se a proposta de desenvolver currículos acadêmicos específicos que atendam às necessidades estratégicas relacionadas com o espaço.
Além disso, houve um apelo à inovação nos ecossistemas espaciais, visando impulsionar avanços nesse campo.
Essa abordagem visa considerar de forma mais precisa o contexto africano ao desenvolver iniciativas relacionadas à exploração do espaço.
Portanto, o encontro buscou não apenas promover parcerias e infraestrutura, mas também garantir que as ações sejam adaptadas às necessidades e realidades específicas da região africana.
No ano de 2021, foi dado o primeiro passo em direção ao lançamento do primeiro satélite moçambicano, com o objetivo de tornar Moçambique o primeiro país dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) a realizar esse feito nos Açores, Portugal.
O anúncio foi feito durante a Conferência Internacional sobre a Estratégia dos Açores para o Espaço, onde Tuaha Mote, presidente do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Comunicações de Moçambique (INCM).
Explicou a ambição do país em aproveitar o polo de lançamento de satélites na ilha de Santa Maria. Moçambique desejava ser o primeiro a utilizar esse local privilegiado.
Essa iniciativa estava alinhada com os esforços do país em desenvolver suas capacidades nacionais no campo da educação espacial e buscava aproveitar as oportunidades de cooperação com Portugal, especialmente no contexto da exploração espacial.
Além dessa ambição inicial, Moçambique anunciou outra iniciativa em 2023, que se relaciona com a inclusão do país entre as nações africanas que poderão se beneficiar de um satélite de monitoramento ambiental nos próximos anos, desenvolvido pelo Governo chinês.
Este projeto está vinculado à inovação digital e depende da construção do Centro de Cooperação de Aplicativos de Sensoriamento Remoto por Satélite China-África.
Essa colaboração entre China e África tem o potencial de proporcionar avanços significativos no monitoramento e na gestão ambiental na região.